É mais fácil apontar os defeitos que reconhecer as qualidades
Sabem o que me disse uma senhora que me viu a primeira vez? Que ninguém é perfeito!
Que todos temos defeitos mas também qualidades, e o segredo é saber disfarçar esses defeitos, e evidenciar as nossas qualidades.
Que é verdade que posso não ter os olhos como as outras raparigas têm (por causa do meu problema de visão), que posso usar óculos, que posso ter borbulhas (porque é normal e todas as crianças passam por essa fase), que posso não ter os dentes perfeitos (mas não é nada que o uso de aparelho não resolva), mas sou eu. Não tenho que ser igual a ninguém, só tenho que ser eu e evidenciar o que tenho de melhor, porque sou bonita. E que é importante trabalhar a autoestima.
Pareceu-me sincera.
Era bom que toda a gente pensasse assim. Mas, infelizmente, é mais fácil apontar os defeitos a alguém do que reconhecer as qualidades dessa pessoa. É mais fácil criticar, do que elogiar, deitar abaixo do que incentivar.
Pior ainda é as pessoas, que se dizem nossas amigas e de quem mais gostamos, não ficarem felizes com as nossas pequenas vitórias.
Quando contei a novidade do casting, alguns familiares, as minhas antigas professoras e até pessoas que só conheço aqui do blog, deram-me os parabéns. No entanto, aquela que considero a minha melhor amiga, ficou admirada e incrédula. Porquê?
Não sei, se calhar achou que eu nunca passaria, por não ser muito magra, por usar óculos, por ter defeitos como toda a gente, por não estar à altura ou não ter talento. E ainda me atirou à cara que eu me estava a exibir, só porque eu quis partilhar essa alegria, uma pequena conquista mas que é muito importante para mim, com as pessoas que gosto.
Não sou mais nem melhor que ninguém. Mas também não sou menos que os outros.
O meu avô também não quer que eu me meta em nada disto, diz que ainda sou muito nova e que não há necessidade de me andar a expôr. E ainda reclamou com a minha mãe por ela me apoiar.
Em vez de se alegrarem com a minha felicidade, conseguiram deixar-me triste.